Há em seus olhos o peso da idade. Mas quando eu nasci não era assim. Hoje eu a contemplo com os olhos da poesia, Tudo em ti transmite VIDA...
Olho para o seu corpo envelhecido, Para as suas mãos cansadas, Os seus olhos que não enxergam E seus pés que não caminham mais.
Mas, vó, meu coração bate ao lado do seu, Os meus olhos choram ao lado do seu. O meu silêncio acompanha a sua voz, Sou “todo tristeza” ao seu lado.
Conta-me histórias tuas... Ampara-me em teus braços maternos, Dá-me um pouco do teu amor para eu viver. Esconde-me em meio ao teu colo.
Sou filho da tua filha... Do nascer daquele dia, sou teu amor também Por isso choro ao lado do seu corpo cansado Como na história, ressuscita-me, “Maria”.
Hoje o meu grito, ó Maria que me embalou, é que “a tua vida”, devolva-me a vida, os sonhos. Eu que sou parte da tua vida Conduza-me à tua grandeza, eu que sou filho!
Agora que “é noite” na sua jornada, Agora que nada posso fazer para devolver a sua juventude, Deixa, apenas, que eu aplauda a tua grandeza.
Deixa, apenas, que eu cante a tua beleza. Que eu cante a tua vitória. Que eu reze a tua fé. Que eu siga a tua Esperança!
Sou teu filho, “Maria”: Porque o teu amor continuará em mim, Do “seu amor” que desde pequeno fui aprendiz E continuarei a ser...
Tu carregas em ti, Maria, o amor de Deus. Um amor de mãe, eterno! Um amor eterno por mim, por nós... Tu que és: “Maria Cândida de Sá”.
Em homenagem aos 6 anos de falecimento de minha avó, poema feito em comemoração de seu aniversário em 03 de maio de 2004.
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“ às vezes acredito em mim, mas às vezes não. Às vezes tiro o meu destino da minha mão. Talvez eu corte o cabelo, talvez eu fique feliz. Talvez eu perca a cabeça, talvez esqueça e cresça...".
A procura pela mudança muitas vezes é sofrida, inserta e solitária; avançamos dias e madrugadas pensando no que fazer, pois a falta de coragem de encarar o desconhecido nos distância do que queremos ser. Não é fácil tomar decisões que talvez mudem o sentido de tudo que estamos vivendo. Mudar de trabalho, curso ou cidade são escolhas complexas. E o que fazer? Esperar? Não, temos essa decisão dentro de nós! Acredito que quando já não nos adaptamos com algo o nosso ser pede mudanças. E lutar contra o nosso ser é cruel. Então, só nos resta mudar. Ou a infelicidade virá. E acima de tudo só nós podemos fazer essa ou essas mudanças.
Heráclito diz: “Tudo flui (panta rei), nada persiste, nem permanece o mesmo”.
Nós somos a mudança. A mudança que queremos ser. E para onde queremos que ela mude é nossa responsabilidade.
Fernando Pessoa, um dos poetas que mais admiro, nosso navegador solitário diz:
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos". O primeiro passo é aterrorizante. Como deixar algo que já faz parte de nós? É ai que temos que persistir e encontrar a saída, e saber que ela existe. Um sonho não deve ser deixado para trás, buscá-lo nos tornam melhores, mesmo que lá na frente ao olharmos para trás iremos perceber que: “É, não valeu tanto a pena”. Eu digo ao contrário, que valeu a pena sim, e muito, pois uma mudança sempre te levará para algo novo, e saiba que a cada decisão você não será mais o mesmo, estará em constantes mudanças o que mostra como é bela a vida. E como é encantador acreditar em possíveis realizações, acordar e recomeçar num novo dia lutando por novos desafios, enfrentando obstáculos que jamais imaginamos ultrapassar, isso nos mantem vivos, e em alerta de que sempre temos que continuar na caminhada, pois existe uma diferença entre conhecer o caminho e trilhar o caminho.
Pense, onde você está hoje, onde estava ontem, e o que irá fazer para o amanhã? Aproveite o hoje para fazer um novo amanhã.
O amanhã está conosco. É seu e ninguém poderá tirá-lo de suas mãos.
τὰ πάντα ῥεῖ καὶ οὐδὲν μένει (tudo flui, nada fica parado.)
PHdeLima
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Um dia fui questionado de como construo textos e poesias. É difícil saber como criar momentos em frente à tela de um computador para escrever e, eu realmente não sei ao certo como fazer isso, é um processo muitas vezes doloroso, às vezes, o texto não flui; salvo, abro, apago e refaço várias vezes, assim como esse texto que agora escrevo; em outras vezes o texto ou poesia vem completos, surgem inteiros, perfeitamente separados com suas pontuações em seus devidos lugares. Frequentemente eu uso de artifícios para criar formas de poetizar e melhorar um texto. Quais artifícios?
Bem, uso de uma coisa singular em mim que é a observação. Contemplo cada pequeno momento e crio uma explosão de sentimentos em torno de algo; filmes, músicas, textos e poesias: assim como pessoas ao meu redor que são minhas maiores inspirações.
Essa semana precisamente estou com uma música em minha cabeça que está sendo difícil de tirá-la, ainda bem. Não sei ao certo como e nem quando esse cantor-poeta me afrontou com seus textos, músicas e poesia tudo juntos, uma perfeita mistura boa e organizada de tudo que gosto.
Antes de dizer o cantor e a música vou falar sobre o insight (perceber algo que estava inconsciente, como uma lâmpada acesa na cabeça) da ideia desse texto que veio logo após ouvir pela primeira vez essa música.
Em um mundo com tantas novidades o ser humano caminha para um esquecimento do real motivo de sua existência, a vida. Vida que brota a cada dia somente pelo simples ato de existir. Segundo o dicionário vida significa: O período de tempo que decorre desde o nascimento até à morte dos seres. O que percebo é que constantemente pessoas vivem a morte durante a vida.
O amor emana vida e, ainda, provém ao próximo uma existência digna. Agostinho, grande santo da Igreja Católica dizia: “Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos”.
As pessoas se trombam, se olham e não se falam, sei que ainda há tempo de mudar, podemos, sim, usar o que há de melhor em nós para somar com tudo o que existe de bom no outro, podemos aproximar vidas para melhor vivermos.
A simples ação de atentar-se a alguém se torna para o outro algo inteiramente gratificante. Embora os problemas existam, poucas pessoas sabem lidar com eles, um amigo ou apenas alguém disposto a escutar traz uma ajuda muito grande a quem detém o problema. Em muitos casos não se precisa dizer nada, palavras em determinados casos não trazem acalanto; ouvir, um ato tão simples, proporciona uma mudança brusca e radical no outro trazendo a libertação interna.
Percebemos que em certos casos as pessoas apenas estão perdidas, faltam-lhes alguém que os mostrem o caminho certo a percorrer.
Jovens e adolescentes são abruptamente colocados frente a frente com diversas questões que os confrontam diariamente com seus pais e familiares, essas questões corroem por completo o entendimento que leva ao bem estar familiar.
Não existe um erro em um sentido apenas, os sentidos estão em ambos os lados - pais não entendem filhos e filhos não buscam entender os pais, o desentendimento constante em diversos casos os levam até a morte.
Como mudar uma vida, ou como reorganizar o que foi perdido?
A questão que afronta a sociedade é a perda do sentido da vida. Jovens são tirados de suas famílias precocemente, os filhos “escorrem” pelos dedos de seus pais, em muitos casos não há volta. Segundo um estudo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância, há uma elevada concentração dos casos de homicídios na população jovem do País. Entre 15 e 19 anos de idade, essa taxa é de 43,7%, já entre 20 e 24 pula para 60,9%, enquanto de 25 anos até 29 atinge 51,6%. Vidas que se perdem a esmo pela falta de diálogo, compreensão e amor.
Muito se fala que os pais precisariam dizer mais eu te amo, outros dizem que os filhos não dizem o quanto amam os pais. Eu acredito que precisamos vivenciar o “Amor”, que é Deus, independente de crenças precisamos vivenciar verdadeiramente Deus, que esta além de qualquer religião. Escutei algumas vezes: “Precisamos levar nossos filhos para Deus”, mas eu acredito na minha mais absoluta humilde ignorância que esse não é o caso, pois antes de levar filhos a Deus precisamos com atos trazê-los para nós. As pessoas são de Deus, pois Deus continua com elas mesmo se elas não estiverem com Ele, as pessoas se perdem de pessoas. Como vou levar alguém a algum lugar se minhas ações não os deixam livres para irem? Preciso encontrar e saber o caminho para guiar alguém. O futuro das pessoas perdidas é: encontrá-las e trazê-las para nós, trazer a mim com tudo que tenho: pureza, sinceridade, amor e fé. Sem julgamentos. Com certeza, assim, trarei muitas pessoas que estão perdidas, apenas com atos e ações.
Assim também é o Senhor. Ele conquista por atitudes e ações, cada discípulo teve um momento de intimidade com o mestre. Cristo busca alguns discípulos através de sua pureza, sinceridade, todo o seu amor e acima de tudo a fé em Deus – Pai. Para alguns da época estes estavam perdidos, porém para Jesus, ainda houve tempo de cativá-los, assim como cativa todos os dias vários corações.
Para meditar:
“Senhor, caminhe pela multidão que habita em mim, encontre em meio ao meu barulho o silêncio de minha oração. Chegue até a minha necessidade de estar com você. Restitui o que a vida tomou de mim, e ressuscita-me apenas pelo poder do teu Amor. Renovo o meu amor cada vez que me deparo com essa verdade; que ao andar pela multidão o Senhor tinha predileção pelos mais miseráveis. Se tu encontras o fraco, então, me encontre também".
O Apóstolo Paulo vai dizer aos romanos que o pecado entra em nossas vidas através da falta de amor (Romanos 5:1-8), muitas vezes não apresentamos o verdadeiro amor para o próximo, e nem deixamos o amor de Cristo agir verdadeiramente em nós.
Jesus não veio a este mundo à toa, veio especialmente para os maus, estes que não deixam transparecer o amor inesgotável que há nele, mas antes Ele se revela, para que os maus se convertam no amor de Deus através de seu filho Jesus, e assim serem membros de um seleto grupo dos que foram salvos por Jesus na cruz.
A música em questão, citada no começo dessa leitura, aborda exatamente os “porquês” que as pessoas se perdem ao longo do caminho. E algumas descobertas que precisamos fazer ao longo de nossas estradas. Essas questões me fizeram começar a pensar nesse texto, porque sobre o assunto eu já penso há muito tempo. Que minha poesia e meus textos possam te levar Amor.
Termino com a frase central dessa música:
“As pessoas não são más, elas só estão perdidas. Ainda há tempo.” – Criolo, um poeta da realidade urbana.
Pense sobre o que te faz levar Amor; o que te faz emanar a vida, amor no seu sentido mais amplo - ao seu próximo, ao próximo desconhecido, ao que está perto ou longe, familiar e a você mesmo.
Um jardim é um espaço planejado, normalmente ao ar-livre, para a
exibição, cultivação e apreciação de plantas, flores e outras formas de
natureza.
Jardim,
local ou lugar bem cuidado guardado as devidas proporções, um pequeno país
habitado por centenas de plantas e micro-organismos. Jardim às vezes secreto,
sigiloso e oculto que em determinados casos costumamos visitar poucas vezes.
Habitamos
diversos jardins, uns fecundos e cheios de vida, outros vazios e abrigados por
uma sombra confusa. Entender cada jardim proporciona o conhecimento completo, a
felicidade absoluta em seu significado pleno.
Como
entender ou saber o que é o Jardim? Qual o meu jardim? O Bem cuidado cheio de
alegria, ou o vazio sem vida?
Cada um
constrói diversos jardins na medida em que se desenvolve como ser, quando somos
crianças não temos um jardim consolidado, apenas o jardim “perfeito”, embora
não acabado, que está ainda na busca do desenvolvimento. Quem dera fosse exatamente
assim à vida toda: ter um jardim perfeito, porém em constante desenvolvimento.
Com o
passar do tempo construímos pomares, plantamos flores, cercamos nosso espaço
para que ninguém estrague o que estamos a cultivar; adubamos, aguamos, deixamos
que o sol entre e irradie alegria e faça com que cada planta cresça e floresça.
Tratar de
um jardim não é fácil. Sim! Isso é verdade, não é fácil. Ainda que quando
começamos a cuidar achamos que simplesmente plantando e aguando teremos o
melhor das flores e frutos, engano nosso. Precisamos de muito mais, precisamos
de algo maior que o tornará completo, repleto de vida. Alguém já viu um jardim
bem arrumado, bonito, com flores e gramas verdinhas, porém não habitado? Ninguém
o visita? As crianças não correm pela grama e famílias não passeiam por esse
jardim?
Assim é a
vida! As pessoas podem estar repletas de beleza externa, bem maquiadas, cabelos
cortados, boas palavras, um bom perfume, bela roupa, sendo homem ou mulher já
vi muitas pessoas assim que por sinal também não possuem amigos, que não são
visitadas, são solitárias, devastadas pelo vazio da isolamento. E você já viu?
Creio que sim.
Isso porque
algumas pessoas buscam o método mais rápido, o mais simples. Deixam que o
jardim floresça por livre vontade, o deixa sozinho, sem cuidados, danificado,
desamparado, maltratado, e mal influenciado. É preciso exercer cuidados
especiais com o nosso jardim, precisamos preencher em terra fecunda o Amor, eis
o segredo. Preencher diversos espaços vazios com o Amor.
Amar não só o que se está
fazendo, mas para quem está sendo feito.
O simples
ato de auxílio, ou gratidão, a força pela busca de uma melhora, deixar erros
antigos, e fazer cada momento de cultivo ser especial faz o jardim tornar-se
esplêndido. Que ao plantarmos o amor, possamos usar de todos os nossos
atributos de bondade. Assim poderemos colher o melhor de nós no próximo.
Mas o que é
o jardim afinal?
Explicarei
meu ponto de vista sobre o meu jardim, que foi construído ao longo de muito
tempo, com a presença de poucos, mas grandes amigos, alicerçado e adubado pela
família, e também na tentativa de fazer sempre o melhor a cada dia, contudo sei
que ainda precisa de muito cuidado para que não se deteriore e perca a beleza
adquirida ao longo do tempo.
Um grande
amigo que a muito não vejo dizia que o jardim é a nossa vida. Mencionava sempre uma
música da banda Catedral, cuja banda ele adorava; “Eu quero o Sol nesse
jardim”. Consegui aprender que podemos viver a nossa vida como se fosse um
jardim em eterna construção. Que podemos construir a nossa vida e buscar constantemente
transformá-la em algo bom.
Em nosso
jardim da vida nos indignamos com as atrocidades que acontecem diariamente,
vide os jornais televisivos e policiais que por muitas vezes têm sido o
alimento da alma, chega a ser sufocante viver e a cada dia reviver em um mundo
caminhando para a desvalorização da vida, e a valorização da morte. Vida que
brota de nossas emoções ao se compadecer pelo sofrimento do próximo ao se
entristecer com injustiças.
Desejo que todo
o deserto seja devastado por um jardim frutífero. Que cada tarde vazia seja
enternecida pelo brilho de uma linda lembrança. Que cada raio de sol emane o
calor de um Amor maior. Assim como em um dia que fiquei a apreciar dois meninos;
eles avistaram ao longe o sol se pondo e entre o sol nuvens fizeram com que
seus raios explodissem no céu como em uma linda pintura, esses meninos pararam
de jogar bola e começaram a olhar dizendo que era o Papai do Céu, fiquei louco
procurando, afinal estamos em 2012, entre fim do mundo e ver o Papai do Céu preferi
o segundo. Fiquei encantado de tal modo que agora, às vezes, que vejo os raios
do sol passarem pelas nuvens e ficar aquele desenho de raios no céu eu vejo
também o Papai do Céu, do mesmo modo que as crianças veem. Enfim, que nossa
vida seja cultivada e se transforme num belo jardim com pequenos momentos de
ternura, assim como o simples ato de olhar para o céu e ver o sol passar entre as
nuvens e poder ver o Papai do céu tornou-se significante.
Uma vez
esse mesmo amigo me contou a seguinte história:
“Um homem
que vivia em uma grande cidade, passava todos os dias pela mesma rua, ao
caminhar só via carros, barulhos, pessoas em suas vidas agitadas e nada mais,
por varias vezes e por longos meses essa era a única cena que ele conseguia
apreciar naquela rua, mas em um determinado dia ao caminhar como de costume pela
mesma rua ele avistou um espaço que até então era desconhecido, caminhou até um
portão enferrujado que parecia que não o levaria a lugar algum, achava que daria
em um beco talvez e que poderia cortar um caminho, já que estava atrasado, porém
ao adentrar pôde ver que lá existia um jardim, lindo por sinal, quase
desconhecido, a não ser pelas poucas pessoas que repousavam naquele local, esse
simples jardim mudou a rotina de seus dias. O alegrou e o fez feliz. Nunca mais
ele viu aquela rua do mesmo jeito. Ele criou seu lugar ideal - seu próprio
paraíso”.
Jardim, um lugar habitualmente visto como analogia de paraíso ideal, na
terra ou utopia, outrora fora representado pelo Jardim do Éden.
Cito o texto Havia um Jardim onde o Crucificaram
publicado no Jornal Missão Jovem de autoria do Pe. Celso Loraschi.
“Tudo começa num jardim
(Jo 18,1) e vai terminar também num jardim (Jo 19,25-42), onde Jesus vai ser
crucificado. Faz lembrar o “jardim do éden”, fruto da bondade de Deus-Criador
narrado no livro do Gênesis. Neste jardim Deus colocara o homem e a mulher
(Adão e Eva). A humanidade fora expulsa deste jardim porque escolhera o caminho
da maldade, fruto do poder e da ambição. Um dos símbolos do poder e da ambição
é a cidade de Jerusalém. Desde a criação da Monarquia, na época de Salomão,
esta cidade é o centro onde se planejam a dominação sobre o povo. Aí foram
construídos o palácio e o templo. Jesus se afasta de Jerusalém e vai até onde
se encontra um jardim. Esta saída representa um novo êxodo: do lugar da
escravidão e da morte para o espaço da liberdade e da vida.
Aos pés da cruz permanecem de
pé a mãe dele e mais duas mulheres: Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
Está presente também o discípulo amado que vai acolher Maria, a mãe de Jesus,
em sua casa. O ‘discípulo amado’ representa a nossa comunidade de João que deve
ser o espaço da acolhida, da ternura, do consolo e da paz. Queremos ser o novo
povo de Deus nascido do sangue que jorra do lado aberto de Jesus. Ele doa
livremente a sua vida – o seu espírito - para que todos nós tenhamos a vida em
abundância. Eis porque o corpo de Jesus, com o carinho de dois amigos, é ungido
e sepultado num lugar onde havia um jardim, símbolo da vida envolta em beleza e
alegria. A semente que morre vai explodir em árvore e produzir muitos frutos...
Portanto, ao lembrar da imagem do jardim, nós
queremos mostrar que Jesus vai vencer a maldade e vai resgatar a vida.
O templo de Jerusalém era chamado de “o Lugar” onde Deus morava. Jesus rompe
com este “lugar” e indica o caminho da verdadeira morada de Deus: a comunidade
de amor ”.
A grande
lição de Jesus:
“Eis que
faço nova todas às coisas!” (Ap 21,5)
Isto é, ver
a vida sempre de uma maneira diferente, fazer cada fragmento da vida ser
diferente, buscar ser diferente e aproveitar o dia para encontrar o jardim
perfeito.
É aproveitar
à vida a todo instante com entusiasmo e espanto pelo que é belo.
Estranho,
feio, diferente, confuso, sofrido, lindo, ou mais ou menos – o que importa é
que seja o nosso; apenas o nosso jardim.
Jardim
frutificando vida, e gerando vida.
Eu digo: Um
jardim é o santuário do mundo natural. Uma vida é o santuário do mundo real.
O personagem de Robin Williams, Professor Keating, no filme "A Sociedade dos Poetas Mortos", utiliza a frase “Carpe Diem” assim:
"Mas se você escutar bem de perto, você pode ouvi-los sussurrar o seu legado. Vá em frente, abaixe-se. Escute, está ouvindo? - Carpe - ouve? - Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas.".
Carpem Diem (Aproveite o Dia) e construa seu jardim frutífero repleto de Vida plena, que nos tornemos extraordinários em nossas vidas, assim como Jesus disse:
“Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância”. (João 10:10).